24 dezembro 2017

não tinha medo

Eu gostaria agora de reunir os dois posts anteriores em jeito de conclusão.

Primeiro, para dizer que a forma como a Celtejo tem comunicado publicamente a sua posição é tipicamente farisaica:

A empresa diz que recentemente "tem sido regularmente acusada na praça pública por parte de determinados intervenientes, não obstante cumprir os elevados padrões a que está sujeita, quer pela regulação europeia, quer pela regulação nacional, de ser a principal fonte da poluição no Tejo".(aqui)

Ela argumenta cumprir todas as regras de protecção ambiental. Talvez, mas ainda assim, polui o Tejo. É o caso típico que Cristo criticava aos fariseus: todas as regras são cumpridas, mas o mal está lá.

E aquela tirada de exigir ao Arlindo Marques "prova científica" de que a Celtejo polui o Tejo é ainda mais farisaica - é pôr o ónus da prova sobre o acusado, quando ele compete à acusação. É a Celtejo que tem de provar que, cumprindo todas as normas ambientais ou não, não polui o Tejo.

Segundo, para oferecer um conselho ao Arlindo Marques, se ele vier a ler este post, e até a minha ajuda em tribunal se ele necessitar (eu tenho um caso semelhante ao dele, e nunca deve ter havido um réu tão desejoso de ser julgado como eu).

E que conselho é esse?

Não ter medo. Aos fariseus o pior que se lhes pode mostrar  é medo (porque eles são cobardes).

Foi assim que Cristo os derrotou. Nunca lhes mostrou medo.

Dir-se-ia que foram os fariseus que triunfaram sobre Cristo porque, no fim, foram eles que o condenaram à morte.

Não. Foi Cristo que triunfou criando a civilização mais próspera e universal que a humanidade jamais conheceu. Os fariseus entretanto desapareceram (e só imitações vão ressurgindo de tempos a tempos), ao passo que Cristo continua vivo e ainda hoje o celebramos.

E foi assim porque Cristo não tinha medo.

Nem mesmo da morte?

Nem mesmo da morte. Um homem que acredita na vida eterna, como ele, não tem medo da morte.

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